sábado, 10 de abril de 2010

Caça

Olha bem no fundos dos meus olhos e dize-me o que vês.
Olha bem no fundo da minha alma e vede o quão apática ela se acha.
Olha meu resquício de ânimo e faze-te uma pessoa solidária.
Ouve meu pranto inaudível na calada da ruidosa noite.
Sente a batida morta desse meu coração que já não bate.
Onde posso encontrar versos para meu canto triste ou tristezas para meus cantos inversos?
Para onde devo ir afim de obter a palavra que eu costumava ouvir antes de me render à loucura?
O tudo que agora tenho me é menos que nada.
Dize-me o que devo fazer para ter-me de volta para mim.
Perdi-me na obscuridade de meus pensamentos,
na solidão de meu egoísmo,a
na infinitude de minhas fraquezas,
na interminável sensação de que estou abaixo das almas mais desgraçadas...
Perdi-me em meu próprio olhar. Vazio. Triste. Abatido. Convalescente.
Ludibriei-me com minhas próprias oratórias. Aquelas que eu costumava declamar apaixonadamente para meu eu mais demente e ignorante, que a tudo atribuía caráter verídico e romântico.

Olha meu rosto. Dize-me se o vês, pois eu mesmo já não sou capaz de fazê-lo
.
.
.

0 Críticas:

Postar um comentário