segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Futuro do presente, presente do futuro.


O tempo está passando...

Minha vida meio que se esvai num fio de tempo sem que eu ao menos a perceba.

Ontem eu estava agarrado à saia de minha mãe implorando por um carro de controle remoto aos berros.

Hoje estou a um passo de decidir o meu futuro.

Não há muito tempo, eu estava decidido a ser arquiteto. Desenhar, projetar, realizar... Queria fazer parte da história de muitas famílias em formação. Queria que cada canto da casa, fosse pensado de acordo com a alma de cada cliente.

É simplesmente tentadora pra mim esta profissão, visto que, pelo que dizem, eu tenho potencial pra ela.

Mas,

algo me incomodava muito na minha decisão.

Será que eu iria aguentar passar o resto da minha vida sendo cobrado por idéias novas, por perfeição de composições e pelo que eu sou capaz de fazer?

Não.

Eu não iria.

Não por esses motivos.

E aí que eu me identifico cada vez mais com o que quero ser e fazer.

Quero ser médico.

Quero que meu talento seja aplicado no bem-estar de outros.

Quero que a minha capacidade de executar faça um coração bater por mais tempo,

uma perna se mexer,

um olho enxergar.

Quero ser elogiado e admirado não por ter posto uma casa de pé, e sim uma criança.

Quero que se lembrem de mim não por ter desenhado uma paisagem, e sim, um sorriso.

Quero, acima de tudo, ir embora desse mundo com a certeza de que fiz o bem, e o fiz com amor.

É claro que até eu chegar a esse destino, terei que lutar muito por ele. Meu futuro ainda é incerto e tortuoso,mas, sei que irei me orgulhar de ler novamente este escrito quando eu tiver conseguido.

E sei que vou conseguir.

domingo, 16 de agosto de 2009

"Eu sentimento", a série. (n°5- Amor) FINAL


No nascer da criança.
No desbrochar da flor.
Na bochecha a se encher de rubor.
No nascer do Sol.
No sorriso entre lágrimas.
No beijo apaixonado...
Em tudo estou eu.
Sou felicidade do encontro com quem se ama;
Sou capaz de invalidar o ódio;
Sou a saudade que afaga os corações distantes;
Sou quem toma o lugar do medo quando alguém decide se declarar...
Quem me tem em si, tem Deus para sempre.
Sem que alguém note, eu faço os pássaros cantarem mais alto, a Lua brilhar mais intensamente, verto indiferença em apreço...
Como prova que eu estou e estive em sua vida, naquela hora em que você viu o seu amor passar, eu dei aquele frio repentino em sua barriga;
Corei-lhe as faces quando você ouviu a voz que poderia estar dizendo o seu nome carinhosamente;
Suei-lhe as mãos quando finalmente você foi de encontro à pessoa amada e externou todo o seu sentimento;
Acelerei-lhe o coração, enquanto qualquer coisa dava lugar ao primeiro beijo apaixonado;
Minha função é árdua e longa, porém, prazerosa, que nada mais é do que ser e existir.
Um outro aspecto interessante em mim, é que nunca sou o mesmo.
Posso me vestir de palhaço,
tímido,
rústico,
ríspido,
suave,
alegre,
choroso,
sempre de acordo com a necessidade de quem me recebe.
Sem querer ser pretensioso, faço uma colocação final:
O mundo está como está porque eu venho perdendo o meu espaço.
Um pouco mais de mim e eu aposto como os pássaros cantarão mais alto, a Lua brilhará mais intensamente, indiferença virará apreço...




(FIM)

sábado, 15 de agosto de 2009

"Eu sentimento", a série. (n°4- Medo)

Não apresento-me por não é preciso que eu o faça e não te apresentes porque sei exatamente quem és.
Estou onde estás. Bem aí em tua consciência.
Sim.
Aí onde escondes que realmente és.
És um ser comum, suscetível a enganos e erros;
És fraco;
És dependente;
És mesquinho;
E tudo isso porque tentas me esconder de teu dia-a-dia.
És hipócrita quando o fazes!
Te paramentas com um arquétipo que não te é condizente afim de mostrar para ninguém o nada que és.
Estou aí.
No teu pesadelo;
Na tua angústia;
No tua expectativa;
Estou no badalar de teu relógio a contar os minutos que ainda te restam de vida;
Me faço presente na dúvida que te fustiga o coração enquanto esperas a resposta de teu bem-amado;
No vento que entra sem permissão em tua casa na noite em que estás só;
Estou aqui,
Para que compreendas que és um ser em constante aprendizado e que não és tudo.
Estou aqui para te limitar o saldo de erros em tua vida;
Quem vive sem mim não é de todo tolo, mas, não sabe que me transfere a um outro alguém enquanto o faz.
Quem se rende a mim, mal sabe o tanto que me enoja.
Quem sabe me dosar é o mais sábio dos sábios.
Quem sabe minha identidade sabe também como derrotar-me.
Sim.
Não sou invencível.
Entretanto, derrotar-me não é das tarefas a mais fácil.
Findo meu pronunciamento fazendo-te uma pergunta que me apraziaria muito ao receber uma resposta:
Até que ponto eu interfiro no teu viver?

terça-feira, 11 de agosto de 2009

"Eu sentimento", a série. (n°3- Saudade)


Minhas mais sinceras boas vindas!
Tenho certeza que você me conhece, conheceu, sente ou sentiu. Certeza absoluta.
Eu me sinto um pouco lisongeada com os serviços que tenho que prestar.
Acalentar o filho que perdeu os pais;
Aumentar a euforia da paixão entre os namorados;
Embeber a imaginação daqueles que sentem falta de uma situação em especial;
Enlouquecer amigos que há muito não se veem...
Estou sempre na vida de todos a todo momento.
Sou causadora de glórias e derrotas.
Sou o pôr-do-Sol a fazer-lhe sentir saudade do dia que se acaba;
Sou o fim do filme a emocionar quem o assistiu querendo fazê-lo uma vez mais;
Sou o último pedaço de torta a deixar todos com água na boca lembrando com ela era enquanto inteira;
Sou o carinho de quem já foi;
Sou a esperança de quem ainda vem;
Sou a dor no peito dos apaixonados;
Enfim.
Sou.
E sempre serei enquanto houver alguém capaz de amar;
de ser feliz;
de sentir falta de algo... Ou de alguém.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

"Eu sentimento", a série. (n°2- Ódio)


Quem é você?

Alguém que conheço?
Já destruí sua vida antes?
Se não, Muitíssimo prazer!
Sou conhecido e reconhecido em escala global. Me aprazo dos momentos mais imundos do ser humano!
O que seria do planeta sem um pouco de mim?
Só afeto, só boa convivência, gente se amando, se abraçando...
Seria um tédio. Eu sei o que estou falando.
Nada no mundo fica plenamente bom sem a minha instabilidade interferindo no meio.
Faço parte do dia-a-dia de muita gente mesmo.
Nesse planeta de futuro incerto em que vocês vivem, minha presença tem tornado as coisas mais "interessantes" com o passar do tempo.
Desentendimentos.
Mortes.
Conflitos.
Mortes.
Guerras.
Mortes.
Sendo eu auto-suficiente para alimentar-me, produzo e aprecio todas essas coisas. Um banquete sem glória que gradativamente recebe mais um convidado à mesa do caos.
Eu não ponho toda a culpa do que está acontecendo no mundo em mim. Não mesmo. Visto que eu não passo de um parasita - vivo dos fluidos podres de cada um que abre espaço em seu coração para que eu possa me alojar.
Minha função eu cumpro bem.
Não tenho hora para aflorar e nem hora para me recolher.
Quem decide isso é você mesmo.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

"Eu sentimento", a série. (n°1- Felicidade)


Olá,

Muito prazer! Meu nome é felicidade. Meu sobrenome para algumas pessoas é perpétua.
Sou responsável por uma cadeia de acontecimentos e sim, aceito a culpa por fazê-los mais interessantes.
Tem dfias que sou de lágrimas,
tem dias que sou de risos,
tem dias que simplesmente sou.
Sou alegre, inconstante, imprevisível, amável, admirável, incrível, enfim! Sou, em uma palavra, feliz.
Sou amiga dos casais, sou irmã dos amigos, sou mãe das famílias, sou tia dos apadrinhados...
Sou o dia de Sol, a noite estrelada, o jardim florido, a ávore carregada, a canção composta, a pintura terminada, o brinquedo usado, aquela gargalhada...
Minha filosofia de vida é "felicidade atrai felicidade, que verte a felicidade em felicidade transformando-a em mais felicidade!".
Tudo isso me deixa cheio de tanta energia e alegria, que até soletrar a palavra me faz feliz.
F...
E...
L...
I...
C...
I...
D...
A...
D...
E...!
Sabem o que me deixa mais feliz?
Não?
Tudo bem, eu digo.
É saber que sempre que algo bom acontece, eu estou presente. Sempre.
Agora peço lincença.
Preciso ir-me para algum lugar onde minha essência me convida a estar.
Algo bom está acontecendo.
Em algum lugar...

domingo, 2 de agosto de 2009

Queime depois de ler.

Por acaso já se sentiram abandonados mesmo estando com um número horrendo de pessoas sugando o seu ar?
Sim.
Eu já, e ainda me sinto.
É estranho pra mim sentir esse tipo de sensação porque eu sempre fui uma pessoas rodeada das mais diversas espécies de pessoas. O uso da palavra "espécies" não foi em vão.
Eu tenho uma necessidade quasee patológica de ter alguém para conversar, ou para simplesmente, estar ao lado.
Acontece que num mundo onde cada vez mais as pessoas se vertem em animais inconscientemente, fica difícil escolher alguém para se ter algum tipo de diálogo.
Confesso sem o menor constrangimento: eu gosto de estar com muitas pessoas. Sou egocêntrico ao ponto de achar que eu tenho que ter amigos porque eu sou uma pessoa sem igual.
Vejam só:
Desenho bem,
Sou criativo,
alegre,
simpático,
comunicativo...
Agora é que eu fico em dúvida:
Em que que tudo isso me ajuda?
Aonde ser ou fazer tudo isso vai me levar?
Essa eu respondo: a lugar nenhum.
De que me adiantou ter feito tantas coisas maravilhosas se nem ao menos consigo reconhecer que as fiz?
De que me adianta ser tão comunicativo se não consegui falar o que eu queria pra quem eu queria?
De que me adianta ser alegre se eu ainda perco tempo ficando mal por motivos sem a menor importância?
Só espero que ser/estar desse jeito seja apenas uma fase conturbada da minha vida como dizem, por se não, tenho medo de esquecer a minha essência e me tornar uma pessoa completamente alheia à vida; me dedicando apenas a assuntos dispensáveis...
É muito ruim ser tão neurótico num mundo e época onde a maioria das pessoas da minha idade
estão perdendo tempo com coisas que lhes fazem feliz. Não bem, mas, feliz.
Tudo o que eu queria era ser... Normal. E só. Me preocupar com o que eu devo me preocupar...
Algum dia eu vou conseguir. Eu sei que vou.