quarta-feira, 21 de julho de 2010

Ensaio nostálgico sobre a nostalgia

Nascer, crescer, adolescer... É tudo muito bom independentemente do que possa acontecer durante essas passagens.
O que para mim torna esse fluxo degradante, é o fato dele ser acíclico. Não poder voltar à dias melhores, tempos mais leves, épocas mais brandas, de uma certa forma me entristece. Profundamente.
Me recordo de quando eu acreditava que podia voar. De quando eu tinha longas conversas com meus brinquedos ou mesmo com pássaros empoleirados na janela do meu quarto.
Lembro-me de quando o dia amanhecia ao som da novidade.
Lembro-me de quando tudo era inconstância. Uma inconstância saudável. Amena...
Não vou negar que me rendo às lágrimas quando me recordo de meus tempos à sós deitado no chão frio num fim de tarde, enquanto olhava ali do chão para o céu anoitecendo pensando em como poderia o mesmo dia assumir tantas cores, tantos cheiros, tantos sabores.
Como?
Eu gostava de atribuir a tudo uma nova descoberta.
Hoje isso acabou.
Hoje vejo o meu passado como ele é: o passado.
Como eu queria marejar meus olhos com a emoção do novo e não com saudade do velho.
Como me dói. Como me dói.
Me sinto de certa forma díspar de todo o resto das pessoas com quem convivo, ou que estão na minha idade.
Me orgulho. Não vou negar. Me orgulho.
Me orgulho de saber que a minha criança ainda não morreu. Que resiste às minha intemperanças firme e forte como sempre foi.
Minha imaginação permanece a mesma dos meus cinco anos. Onde viajo para lugares cheios de mistério e aventura.
Mas, como me dói.
Como me dói crescer, adolescer....
Eu trocaria toda a minha adolescência de fim vindouro por mais um dia. Um único e adocicado dia da minha infância. Onde tudo era feliz.
Que saudade... Que saudade de mim...

0 Críticas:

Postar um comentário